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Deslocamentos antropofágicos ou de como devoramos Judith Butler
Author(s) -
Leandro Colling,
Larissa Pelúcio
Publication year - 2015
Publication title -
periódicus
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2358-0844
DOI - 10.9771/peri.v1i3.14253
Subject(s) - philosophy , humanities
Judith Butler é desconcertante. Talvez por isso seus escritos tenham “tumultuado”, como propõe João Manuel de Oliveira, o campo dos estudos de gênero e sexualidade de uma maneira tão profunda, influente e desestabilizadora. Das certezas teóricas relativas à perspectiva construcionista de gênero ao lugar intocável de Simone de Beauvoir como grande desnaturalizadora do conceito de gênero, nada escapou à verve crítica dos escritos sempre densos e desafiantes dessa judia acusada de ser antissemita.A dimensão não-natural do sexo, a centralidade da heterossexualidade como matriz política reguladora, a recusa ontológica de certos corpos foram novidades filosóficas, teóricas e, sobretudo, políticas aportadas por Butler para nossas reflexões dentro dos feminismos, dos estudos de gênero e sexualidade, fazendo com que o termo “queer” repercutisse em muitas línguas, em múltiplos corpus, não sem provocar polêmicas no campo acadêmico e do ativismo. No Brasil o efeito Butler ainda é sensível. Convida-nos a deslocamentos permanentes porque estamos no firme exercício de dialogar com Butler, de antropofogizar as suas potentes teorizações.Este dossiê expressa, em boa medida, essas apropriações que temos feito de forma criativa e profícua das contribuições de Judith Butler para o campo dos estudos de gênero, mas para além, chegando à Filosofia, à Comunicação, à Psicanálise, às Ciências Sociais.

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