Estiagens, secas e os processos de arenização na Bacia Hidrográfica do Arroio Miracatu, sudoeste do estado do Rio Grande do Sul

Os processos de arenização no sudoeste do Rio Grande do Sul são altamente dinâmicos, ora por meio da água, ora por ação dos ventos que remobilizam as exposições arenosas nos períodos com ausência de chuva. Assim, tanto o excesso como a escassez pluviométrica são fundamentais para a compreensão desses processos. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho visa a analisar a ocorrência de estiagens e secas considerando uma série de dados pluviométricos (1970-2015) coletados na Bacia Hidrográfica do Arroio Miracatu, local este onde se encontra a maior extensão de áreas em processo de arenização. Considerando a metodologia empregada para a determinação de episódios de estiagem (períodos com mais de 15 dias sem chuva), constatou-se que houve registros em praticamente todos os anos estudados (exceto um). Mensalmente, a distribuição piramidal dos episódios coloca o trimestre maio-julho como o mais propício, embora possam ocorrer em qualquer época do ano. Contudo, a maior frequência de estiagens na década de 1970 é reflexo de um grande período seco, cuja determinação foi possível a partir do Índice Padronizado de Seca Pluviométrica. Abstract DRY PERIODS, DROUGHTS AND THE SANDIZATION PROCESSES IN MIRACATU CREEK WATERSHED, SOUTHWEST OF RIO GRANDE DO SUL STATE, BRAZIL The sandization processes in the southwest of Rio Grande do Sul State are highly dynamic, sometimes through water action, sometimes due to winds action that remobilize sandy deposits in dry periods with no rain. Thus, both the excess and the absence of rain are fundamental for understanding this process. Based on this assumption, the present work aims to analyze the occurrence of droughts and dry periods considering a rainfall data series (1970-2015) collected in the Miracatu Creek Watershed, site where there is the largest extension of areas in the sandization process. Considering the methodology used to determine drought episodes (periods with more than 15 consecutives dry days), it was found that there were records in practically every year studied (except one). Monthly, the pyramidal distribution of episodes puts the May July quarter as the most favorable, although they can occur at any time of the year. However, the greater frequency of droughts in the 1970s reflects a long dry period, whose determination was possible based on the Standardized Precipitation Index.