
Enteroparasitoses e aspectos socioeconômicos em pacientes alcoolistas
Author(s) -
C. Oliveira,
Marina Morena Brito Farias,
Nilo Manoel Pereira Vieira Barreto,
Robson da Paixão de Souza,
Larissa Mota Sampaio,
Márcia Cristina Aquino Teixeira,
Neci Matos Soares
Publication year - 2018
Publication title -
revista de ciências médicas e biológicas
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2236-5222
pISSN - 1677-5090
DOI - 10.9771/cmbio.v17i3.28665
Subject(s) - medicine , physics
Introdução – As enteroparasitoses constituem um problema de saúde pública que atinge as populações mais vulneráveis. O alcoolismo é um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, apresenta efeitos nocivos à saúde dos indivíduos e predispõe à infecção por S. stercoralis e às formas mais graves da estrongiloidíase. Objetivo – Avaliar a prevalência da infecção das enteroparasitoses, bem como fatores socioeconômicos e sanitários de pacientes alcoolistas atendidos em um centro de tratamento especializado em Salvador, Bahia. Metodologia – Trata-se de um estudo transversal, realizado com pacientes alcoolistas (n=277), do sexo masculino, atendidos em um centro de tratamento entre julho de 2014 e junho de 2017. O estudo foi realizado através da aplicação de um questionário estruturado para obtenção de dados socioeconômicos, demográficos e sanitários, sendo solicitadas, ainda, pelo menos duas amostras de fezes em dias alternados. O diagnóstico parasitológico foi realizado pelos métodos de sedimentação espontânea, Baermann-Moraes e cultura em placa de ágar. Resultados – A média de idade dos pacientes inclusos foi de 44,8 ± 9,5 anos . Verificou-se que 35,7% dos pacientes estavam infectados com algum enteroparasito e, desses, 30,3% eram monoparasitados. Os parasitos mais frequentes foram S. stercoralis, Endolimax nana e ancilostomídeos, correspondendo 16,6%, 11,2% e 5,8%, respectivamente. Conclusão – Dessa forma, S. stercoralis foi o parasito mais frequente, e a associação entre a infecção por esse parasito e o alcoolismo pode levar à estrongiloidíase grave. A elevada frequência de enteroparasitoses nesses pacientes, principalmente por protozoários, deve-se à ausência de higiene pessoal, pois esses indivíduos são suscetíveis à infecção oral fecal. A implementação de medidas de saneamento básico e de campanhas de conscientização para prevenção de infecções parasitárias é imprescindível para a saúde das populações mais vulneráveis.