
Associação entre hiperinfecção por Strongyloides stercoralis e HTLV-1: um relato de caso
Author(s) -
Joelma Nascimento de Souza,
Márcia Cristina Aquino Teixeira,
Neci Matos Soares
Publication year - 2015
Publication title -
revista de ciências médicas e biológicas
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2236-5222
pISSN - 1677-5090
DOI - 10.9771/cmbio.v13i3.12950
Subject(s) - strongyloides stercoralis , medicine , helminths , immunology
Objetivo : Descrever um caso de hiperinfecção por S. stercoralis em uma paciente sem diagnóstico prévio de imunocomprometimento, apresentando resistência ao tratamento anti-helmíntico. Relato de caso : Em dezembro de 2010, uma mulher de 47 anos foi encaminhada ao Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia, relatando tosse, dor abdominal, náuseas e vômitos. A paciente foi diagnosticada com hiperinfecção por Strongyloides stercoralis, detectando-se cerca de 2.500 larvas/g de fezes. Exames adicionais para a presença de outros agentes infecciosos mostrou positividade para HTLV-1. O tratamento para a hiperinfecção por Strongyloides foi realizado, inicialmente, com 400 mg/dia de albendazol, durante três dias. Depois de um mês, novos exames parasitológicos indicaram que a paciente ainda estava infectada com S. stercoralis (200 larvas/g de fezes) e o ELISA para detecção de anticorpos IgG específicos foi positivo. O tratamento foi repetido, na mesma dose que anterior e, cerca de três meses depois, a paciente ainda continuava infectada com S. stercoralis. Neste momento, foi prescrito ivermectina (6 mg, dose única). Após um mês, os exames parasitológicos foram negativos. O acompanhamento do tratamento, através de exames parasitológicos, foi realizado por cerca de um ano. Após esse período, tanto o exame parasitológico como o ELISA para detecção de anticorpos IgG específicos foram negativos. Conclusão : Este relato de caso confirma estudos anteriores que demonstram que a ivermectina é o medicamento de escolha para tratamento da hiperinfecção por Strongyloides stercoralis. Além disso, este estudo aponta a necessidade de investigação quanto à existência de agentes/doenças imunossupressoras em casos de hiperinfecção sem histórico de imunocomprometimento.