A relação normal/patológico no processo de aquisição da escrita

Este estudo teve como objetivo discutir a relação normal/patológico no processo inicial de aquisição da linguagem escrita. Realizou-se um estudo de caso de uma criança de 8 anos, diagnosticada com “Distúrbio de Leitura e Escrita”, por um ambulatório de um hospital público do interior do estado de São Paulo. Foram analisados dados relacionados ao laudo da avaliação realizada no hospital e dados coletados na entrevista anamnésica, avaliação e acompanhamento terapêutico fonoaudiológico, que a criança recebeu no Centro de Convivência de Linguagens (CCL), na Unicamp, durante o ano de 2004. Os dados analisados permitiram que se levantassem questionamentos sobre a validade de alguns testes, especialmente o teste de “consciência fonológica”, e, ainda, as limitações desses testes para avaliar a linguagem em funcionamento. Os testes, enquanto mecanismos de exclusão, vinculados a relações de poder, avaliam um tipo de prática social, no qual se prioriza um modo de usar a língua/linguagem, que não é o único, nem o mais importante no universo da criança.