z-logo
open-access-imgOpen Access
A TÉCNICA RECONSIDERADA: DO META-DISCURSO EPISTEMOLÓGICO À QUESTÃO ONTOLÓGICA
Author(s) -
Eladio C. P. Craia
Publication year - 2006
Publication title -
revista de filosofia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 1980-5934
pISSN - 0104-4443
DOI - 10.7213/rfa.v18i22.2092
Subject(s) - philosophy , humanities
Partindo de certas leituras atuais sobre o problema da Técnica contemporânea, impõe-se uma disjuntiva inevitável: ou o mundo pode, e será, libertado de suas limitações naturais pela ação do pensar técnico-científico, ou será, fatalmente, condenado pelo domínio de certo tipo único de manifestação do ente, isto é, o modo de ser técnico do existente. No entanto, esta oposição encobre uma afinidade íntima e essencial. Em ambos os pontos de vista, a Técnica é múltipla, porém reconhecível em seus traços fundamentais, por outro lado, ela é pensada como homogênea e totalizadora; o mundo se encontra, para bem ou para mal, destinalmente, condenado à sua regência. O objetivo do presente trabalho é indicar uma linha de abordagem diferente que possibilite superar esta condição. O horizonte geral da análise será aberto pela pergunta entorno do estatuto ontológico da Técnica, a partir dos conceitos oferecidos pela ontologia “virtual” de Gilles Deleuze. Nesse sentido, a questão nevrálgica passa por considerar, desde a filosofia deleuziana, este universo técnico, não como homogêneo e determinado por uma unidade endógena, mas como multiplicidade autodiferenciada. A noção de virtual é a peça central, em chave ontológica, para pensar que o mundo não será sepultado pela voracidade neutra e automática do modo de ser técnico, nem que o existente será docilmente configurado pela ciência e pela técnica contemporâneas. Pelo contrário, a Técnica é uma “produção” que opera pela atualização singular de um campo virtual animado internamente pela Diferença, entendida como Ser. Com Deleuze é possível afirmar que a tecnologia nada acaba, encerra, ou enclausura, uma vez que ela compõe, que se relaciona com as forças do homem. Com que novas forças, insiste Deleuze, e que nova forma surge deste composto? Por fim, que novas “máquinas” são produzidas?

The content you want is available to Zendy users.

Already have an account? Click here to sign in.
Having issues? You can contact us here