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O combate ao racismo e a descolonização das práticas educativas e acadêmicas
Author(s) -
Nilma Lino Gomes
Publication year - 2021
Publication title -
revista de filosofia
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.1
H-Index - 2
eISSN - 1980-5934
pISSN - 0104-4443
DOI - 10.7213/1980-5934.33.059.ds06
Subject(s) - humanities , political science , sociology , philosophy
O processo de descolonização das mentes e das práticas como ação de combate ao racismo nas sociedades é tenso e conflituoso. A educação talvez seja o espaço em que essa tensão é mais visível. Há apagamentos históricos e epistemológicos presentes nos currículos, nas propostas e nas práticas educacionais, tanto na Educação Básica quanto no Ensino Superior que só serão superados se o campo educacional e a produção científica compreenderem-se como espaços que precisam descolonizar-se. Esse artigo discute o desafio da Educação Básica e do Ensino Superior na realização de práticas pedagógicas e epistemológicas que combatem o racismo e a desigualdade racial na escola e na universidade. Compreende esse processo como parte da descolonização das mentes, do conhecimento e dos currículos, tão necessários em países com histórico colonial e estruturalmente desiguais como é o caso do Brasil. Dialoga com o contexto político antidemocrático, instaurado no país após as eleições de 2018, com a ascensão da extrema direita ao poder e o seu processo de desmonte das políticas sociais e de igualdade racial implementadas pelos governos anteriores de cunho progressista. Questiona até que ponto o antirracismo se faz presente na sociedade e na educação brasileira, revelando um movimento contraditório presente nas ações e no imaginário social diante do racismo: as pessoas se mostram indignadas, porém, tendem a permanecer imóveis diante de um fenômeno tão perverso. Discute, ainda, que o combate e a superação ao racismo parecem uma boa proposta para colocar a descolonização em ação, tanto na sociedade quanto na educação, desde que não se invisibilize e silencie as negras, os negros e o Movimento Negro – suas lutas, memórias propostas políticas alternativas –, enquanto os principais sujeitos sociais e coletivos que nos reeducam nesse processo e com os quais temos muito ainda a aprender.

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