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Mamíferos não-voadores e ataques por cães domésticos em Morro Branco, Vargem Alta, ES
Author(s) -
Helimar Rabello,
Luan Gonçalves Bissa,
Gabriel Permanhane da Silva,
Gilson Silva Filho,
Cíntia Cristina Lima Teixeira,
Tatiana Gorone Fávero Pin,
Leticia Rigo Tavares
Publication year - 2020
Publication title -
nature and conservation
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.642
H-Index - 18
ISSN - 2318-2881
DOI - 10.6008/cbpc2318-2881.2021.001.0005
Subject(s) - biology , humanities , art
A redução populacional de mamíferos é causada principalmente pela perda e fragmentação de habitats, em especial, no contexto da Mata Atlântica, além da caça e a introdução de espécies exóticas em ambientes naturais, como os cães domésticos. Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento de mamíferos não-voadores e avaliar o impacto predatório de Canis lupus familiaris sobre esta comunidade, em uma área selecionada para a implantação da futura Área de Proteção Ambiental (APA) 'Morro Branco', no Sítio Morro Branco, Vargem Alta - ES, realizado entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016. O levantamento ocorreu por meio de busca ativa por vestígios (pegadas, fezes e carcaças) e uso de armadilhas de gaiola e fotográficas. Foram registrados 18 táxons, distribuídos em 6 ordens e 10 famílias, totalizando 84 indivíduos. Três táxons foram classificados como abundantes (CTA): Nasua nasua (26%), Canis lupus familiaris (15%) e Didelphis aurita (14%). Quatro espécies constam como ameaçadas: Puma yagouaroundi, Puma concolor, Mazama Bororo e Callithrix flaviceps. A técnica que registrou maior número de táxons foi o registro de carcaças de animais predados, com 9 táxons, seguido de registro visual, com 8 espécies e uso de armadilha fotográfica, com 7 espécies. O registro de carcaças de animais predados por Canis lupus familiaris foi o método com maior número de registros exclusivos, como Puma yagouaroundi, Galisctis cuja e Mazama bororo, registrados apenas desta forma. 13 animais foram encontrados abatidos, com marcas de mordidas evidentes, correspondendo a 18% do total. As espécies mais predadas foram Didelphis aurita, Dasypus novemcinctus e Mazama americana. Canis lupus familiaris apresentou alta Abundância Relativa (15,48%) na área, tornando-se um fator de risco para a conservação de espécies ameaçadas, como Puma yagouaroundi e Puma concolor, que além de ataques, podem sofrer por competição. É urgente a tomada de ações conservacionistas e a elaboração de um plano de manejo para a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) 'Morro Branco', tendo em vista a influência de animais exóticos sobre a fauna nativa, implicando diretamente na conservação da biodiversidade.