Polimento de efluente secundário em wetland de fluxo vertical com resíduo de cerâmica

A eficiência de duas unidades de wetlands construídos de fluxo vertical (WC-FV) foi avaliada para o tratamento de efluente secundário de um condomínio empresarial do município de Uberlândia (MG). As unidades WC-FV se diferenciaram em suas configurações, quanto ao material filtrante e à espécie de macrófita emergente. A unidade denominada ‘Tratamento 1’ foi construída com material filtrante parcial, resíduo de cerâmica e macrófita do cerrado (Eleocharis acutangula), enquanto o Tratamento 2 foi parcialmente preenchido com brita e macrófita Typha. A operação foi dividida em três fases, variando-se a carga orgânica por área em: (1) 1,59; (2) 6,56; (3) 35,57 (gDBO.m-2d-1) e variando o tipo de alimentação, batelada (1) e intermitente em pulsos (2 e 3). As amostragens foram realizadas na entrada e na saída das unidades de tratamento para determinação dos parâmetros: pH, demanda química de oxigênio (DQO), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), turbidez, sólidos dissolvidos totais (SDT), nitrogênio total (N total), fósforo total (P total), e coliformes totais. O desempenho dos leitos de WC destacou-se pelas elevadas remoções de P total, acima de 89%, com concentração média residual inferior a 0,75mg.L-1. Em regime batelada, os tratamentos alcançaram satisfatória remoção de N total com 61% em T1 e 77% em T2, o que acarretou em concentrações residuais de 24mg.L-1 e 16mg.L-1. O resultado total do WC T1 com macrófita de cerrado, apresentou eficiências de remoção estatisticamente iguais para todos parâmetros avaliados, tendo porcentagens e concentrações médias de DBO de 71% (18mg. L-1), DQO 78% (48mg. L-1), CT 95% (1,31E+05), turbidez 77% (6NTU), SDT 429mg. L-1 e pH7,0. O sistema com macrófita do cerrado plantada em material filtrante alternativo apresentou capacidade de remoção de nutrientes semelhante aos sistemas que utilizam brita.