Avaliação de cenários acerca do transporte de pessoas em uma instituição de ensino superior: terceirização versus utilização de veículos próprios

A modernização e expansão do ensino superior no Brasil exigiu o uso de melhores práticas, aumento de eficiência e eficácia por parte das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Neste sentido, a mensuração dos custos na gestão da educação pública superior constitui fator chave para os gestores destas instituições. Conhecer os custos é relevante para medir a eficiência de uma gestão, para o controle, e para a tomada de decisões sobre alocação de recursos. Dentre os custos que as IFES possuem estão os custos com transporte coletivo intermunicipal de pessoas, o qual é realizado através do uso de veículos próprios, ou através da terceirização do serviço. O objetivo do artigo é desenvolver um modelo de simulação computacional para avaliar cenários acerca da viabilidade econômica da terceirização do serviço de transporte coletivo intermunicipal de passageiros em IFES, a fim de auxiliar os gestores na decisão de utilizar veículos próprios ou terceirizar o serviço. O método utilizado foi a dinâmica de sistemas, com a utilização da modelagem computacional, e simulação de quatro cenários: cenário atual, no qual 20% da demanda de viagens é terceirizada, cenário possível, no qual 50% da demanda de viagens é terceirizada, cenário teste, no qual 0% da demanda de viagens é terceirizada, e cenário hipotético, no qual 100% da demanda de viagens é terceirizada. Os resultados indicam que, ao longo de um período de 10 anos, em termos financeiros, o cenário hipotético representa a melhor opção, enquanto que o cenário teste representa o pior cenário. Os custos acumulados ao final dos 10 anos no cenário hipotético representam um valor 9,56% menor que os custos acumulados no cenário teste, 7,65% menor que os custos acumulados no cenário atual, e 4,78% menor que os custos acumulados no cenário possível. Com isso, identificou-se que a terceirização do transporte de passageiros é viável economicamente, possibilita redução de custos a curto, médio e longo prazo, e demonstrou ser uma alternativa para melhorar a gestão de recursos públicos.