
Diálogos desclassificados: a música e a voz por trás da teoria da desclassificação, segundo passo
Author(s) -
Erickinson Bezerra de Lima,
Klênio Jonessy de Medeiros Barros
Publication year - 2021
Publication title -
orfeu
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2525-5304
DOI - 10.5965/2525530406012021e0019
Subject(s) - humanities , philosophy , art
O conceito de desclassificação tem vindo a ser edificado e consolidado pelo epistemólogo espanhol Antonio García Gutiérrez, desde 2006. Centrada numa perspectiva epistemológica que postula a diversidade dos mundos, da história, da cultura e de nossa própria vida, a desclassificação é um fermento de luta contra a imutabilidade que as categorias e as suas respectivas ordenações impõem amplamente a existência das diferenças. Entre o plano teórico-analítico e o plano prático das vivências e dos afetos, o presente escrito traz a exposição de experiências pessoais narradas numa entrevista concedida pelo próprio autor.Professor por mais de quatro décadas nas universidades de Madri e Sevilha, García Gutiérrez é investigador visitante em vários centros latino-americanos, consultor de instituições internacionais e autor de prestigiadas obras no campo da desclassificação do conhecimento. Baseado na experiência deste livre-pensador o presente artigo procura dar luz à voz por trás da teoria da desclassificação. O objetivo central é oferecer subsídios teóricos e analíticos para o debate acerca dos desafios epistemológicos da desclassificação no domínio da Música, explorando possibilidades e variados modos de interlocução. Na entrevista, optamos por utilizar todo o conteúdo das respostas na sua forma original e em língua espanhola. O intuito principal é não distorcer a voz, conservar expressões, preservar todo o conteúdo em essência e, as suas possibilidades de sentido, o que provavelmente qualquer tradução violentaria. Mantivemos, sem qualquer alteração, a ordem como o nosso interlocutor preferiu agrupar questões e respostas. Incluindo-se, na seção final, fragmentos selecionados e partilhados pelo próprio Gutiérrez, remetendo à suas obras, mais especificamente Frentes Digitales (2016).