
Do conceito de fertilidade ao de sustentabilidade
Author(s) -
Gutemberg Armando Diniz Guerra,
Maria de Nazaré Angelo-Menezes
Publication year - 1999
Publication title -
novos cadernos naea/novos cadernos naea (impresso)
Language(s) - English
Resource type - Journals
eISSN - 2179-7536
pISSN - 1516-6481
DOI - 10.5801/ncn.v2i2.113
Subject(s) - sustainability , agriculture , government (linguistics) , political science , environmental ethics , sociology , social science , geography , ecology , archaeology , philosophy , linguistics , biology
A partir de uma reflexão sobre o conceito de fertilidade do solo, discute-se neste artigo a adequação dos conceitos aos seus contextos históricos. Tendo-se chegado à uma crítica dos paradigmas agronômicos desde o final da década de 70, verifica-se a utilização corrente dos mesmos conceitos em boa parte da literatura atual. Novas contribuições para a criação de novos métodos e práticas agrícolas adequados aos conhecimentos atuais sobre a relação homem natureza vêm sendo acrescentadas ao estoque de conhecimentos produzidos e referenciados desde aquele período. O discurso ecológico e ambientalista ganha peso e estrutura-se consolidando-se nos diversos aspectos da vida moderna e em particular nas formas de praticar a agricultura. Recorre-se a estudos históricos para refletir o que de fato ocorreu nesta região ao longo do tempo de sua ocupação. Na Amazônia, em particular, o uso do- fogo e a noção generalizada de que os solos são pobres vêm sendo recolocados de forma a poder explicar a vigorosa vegetação e fauna ali existente. Ambientalistas militantes da sociedade civil, tanto quanto pesquisadores vinculados aos órgãos governamentais de pesquisa diminuem o fosso existente anteriormente entre eles no que concerne à uma visão sobre as relações sociedade-natureza.From the Concept of Fertility to Sustainability. Based on a reflection of the concept of soil fertility, this article discusses the adequacy of con-cepts to their historical contexts. Despite a critique of agronomic paradigms since the end of the 1970s, these same concepts continue to be used in a great deal of the current literature. Contributions adequate with present knowledge about humannature relationships which con-tribute to the creation of new methods and agricultural practices have been added to the stock of knowledge produced and discussed since the period. The ecological and environmental discourse is gaining influence and structures itself consolidating diverse aspects of modern tife, in particular, ways of practising agriculture. Historical studies are used to understand what in fact occurrd in this region during its occupation. In Amazonia, in particular, the generalised notion that soils are poor and the use of fire are being used to explain new forms of agricultural and forestry management. Militant environmentalists from civil society, as well as researchers linked to government research institutions are reducing the gap in their perceptions of society-nature relationships