
A “máquina do mundo” e a filosofia do absurdo: Drummond, leitor de Albert Camus
Author(s) -
Cléber Ranieri Ribas de Almeida
Publication year - 2022
Publication title -
scripta
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2358-3428
pISSN - 1516-4039
DOI - 10.5752/p.2358-3428.2021v25n55p279-321
Subject(s) - philosophy , art , humanities
O artigo tenta provar que o poema “A Máquina do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade, foi parcialmente escrito a partir da reutilização de diversas metáforas, imagens e conceitos extraídos do livro O Mito de Sísifo, de Albert Camus. No intuito de demonstrar esta hipótese destacamos alguns excertos do livro de Camus e os cotejamos com metáforas e imagens análogas encontradas em “A Máquina do Mundo”. A conclusão a que chegamos é que Drummond reelaborou metaforicamente a filosofia do sentimento do absurdo em várias passagens do poema. Tal reelaboração intertextual, poética e metafórica se dera como uma resposta negativa e antitética à visão epifânica e cristã da criação universal descrita poeticamente por Jorge de Lima no Livro de Sonetos.