Intervenção nas universidades: Cortes de verbas e imposições legais

A autonomia da universidade garantida por meio da lei, está sendo ameaçada e esse processo se intensifica em um governo de extrema direita que se manifesta publicamente contra as universidades públicas e contra o servidor público. Para auxiliar na compreensão deste contexto, esse texto abordará a expansão do ensino superior no Brasil que se inicia em 2005 para evidenciar como a mudança do bloco do poder no governo, modifica o projeto e inicia uma política de intervenção nas universidades, seja por meio de cortes de verbas que inviabilizam muitas ações e também a intervenção por meio de políticas públicas aprovadas em forma de diretrizes e editais que atacam a autonomia da universidade. Para exemplificar esse movimento será feita uma análise pautada nos cursos de licenciatura que apresentam uma complexidade por estar vinculados a profissões desvalorizadas socialmente e financeiramente e que normalmente são oferecidas no período noturno para atender os alunos da classe trabalhadora que são provenientes de uma educação pública deficitária. A profissão docente é um espaço de disputa onde se enfrentam os defensores de uma formação ampla do profissional pautada em elementos que valorizam uma visão humana e emancipadora e os defensores de uma formação técnica que atende o mercado. No cenário político atual essa visão técnica está vencendo a disputa e está sendo imposta por meio da BNC-Formação que é uma Diretriz de formação de professores que impõem elementos relacionados a organização curricular e a avaliação dos cursos. A autonomia da universidade está ameaçada por diretrizes e editais que destinam verbas para esses cursos, desde que os mesmos atendam às exigências que estão articuladas. Diante deste cenário é importante estar atento e organizar estratégias de enfrentamento.