A internacionalização da produção das diferentes gerações de pesquisadores CNPq de Geografia Física do Brasil

Os bolsistas de produtividade do CNPq podem ser considerados a elite em termos de produção científica do Brasil. Deles esperam-se um conjunto constante de publicações de alta qualidade. No entanto, na atualidade a pesquisa de qualidade é cada vez mais entendida como sendo apenas aquela que consegue ser veiculada em periódicos científicos internacionais, de língua inglesa e alto fator de impacto. Em paralelo, faz sentido esperar que a geração mais nova de bolsistas de produtividade do CNPq na área de Geografia Física apresentem produção mais internacionalizada que a mais antiga, pois a demanda por maior internacionalização é ainda recente, bem como os mais novos foram educados em um mundo, inclusive acadêmico, mais globalizado. Neste viés, o presente trabalho analisa a produção publicada em periódicos científicos de todos os bolsistas de produtividade do CNPq na área de Geografia Física no período compreendido entre 2016 e 2020 e compara as diferenças e semelhanças da produção da geração mais antiga com a da mais recente. Os resultados obtidos demonstram não haver grandes diferenças entre a produção das duas gerações sendo, de modo geral, a mais antiga mais produtiva, tanto em artigos nacionais, quanto internacionais. Este fato mostra que a internacionalização da produção científica brasileira na Geografia Física não é um desafio geracional. Em paralelo, os resultados obtidos evidenciaram dois outros fatos: que metade dos bolsistas atuam na subárea de Geomorfologia e Pedologia e que as bolsas de nível 1 se concentram fortemente na geração mais antiga.