
As burguesias brasileira e chilena e os dilemas da integração regional
Author(s) -
Tatiana Berringer,
Anna Kowalczyk
Publication year - 2017
Publication title -
estudos internacionais
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.112
H-Index - 2
ISSN - 2317-773X
DOI - 10.5752/p.2317-773x.2017v5n1p47
Subject(s) - humanities , political science , philosophy
O artigo apresenta uma análise das relações existentes entre os blocos no poder e as políticas de integração regional dos Estados brasileiro e chileno. Interessa-nos compreender quais os interesses de classe e frações de classe que influenciam os projetos de integração regional na América do Sul, em especial, o Mercosul e a Aliança para o Pacífico. A hipótese que defendemos, tendo como base a caracterização das frações burguesas em formações sociais periféricas e as suas relações com o capital externo desenvolvida por Nicos Poulantzas, é que no Chile a fração hegemônica no interior do bloco no poder é a burguesia compradora ─ fração dependente do mercado internacional que se comporta como correia de transmissão dos interesses imperialistas ─ e no Brasil, a fração que ocupou posição importante até 2014 é a grande burguesia interna ─ fração que é dependente financeira e tecnologicamente do capital externo, mas que depende do mercado interno e da proteção do Estado para concorrer com os produtos e serviços estrangeiros. Por isso, o projeto de integração regional do Estado chileno é o regionalismo aberto, enquanto o Mercosul apontou para um projeto de integração multidimensional (frágil e inconcluso).