
As Revoltas Liberais de 1842 na perspectiva do historiador Lucio José dos Santos: usos e abusos da memória
Author(s) -
Luciana Coelho Gama
Publication year - 2020
Publication title -
cadernos de história
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2237-8871
pISSN - 1679-5636
DOI - 10.5752/p.2237-8871.2019v20n32p93
Subject(s) - humanities , art , philosophy
O presente artigo traz como tema a produção de memória oficial sobre as Revoltas Liberais de 1842, tendo como fonte a conferência sobre o assunto realizada pelo historiador mineiro Lucio José dos Santos em 1942, no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Considerando que Santos era um intelectual conservador, representante da Igreja Católica e da Ação Integralista Brasileira (AIB), o objetivo é relacionar a versão dos fatos por ele construída à influência do contexto institucional em que estava inserido, para compreender a construção de uma memória histórica permeada de elementos conservadores, embora o autor se considerasse “neutro”. Para tanto, o conteúdo proferido por Santos na conferência será analisado com base nas premissas de Paul Ricoeur (1980, 2007) a respeito dos usos e abusos da memória e das ideologias, em diálogo com os apontamentos de Michel de Certeau (1982) sobre a influência do local de fala do historiador na produção historiográfica.