
Entre leis, censos e congressos: o debate sobre o trabalho livre no Brasil, na segunda metade do século XIX
Author(s) -
João Fernando Barreto de Brito
Publication year - 2017
Publication title -
cadernos de história
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2237-8871
pISSN - 1679-5636
DOI - 10.5752/p.2237-8871.2017v18n29p429
Subject(s) - humanities , political science , philosophy , art
Os anos de 1850-1878 notadamente caracterizaram-se por intensos debates entre parlamentares em todo o Estado Imperial, no que tange aos rumos que tomaria a grande lavoura exportadora, dos investimentos e da manutenção do controle dos fazendeiros sobre os trabalhadores livres e cativos. Nesse período, transformações nas relações de trabalho estavam em curso, pautadas por uma nova lógica, a qual se construía de maneira concomitante ao processo de desmoronamento do sistema escravista e às tentativas de regulamentação do trabalho livre, a partir da promulgação de leis como a Lei Eusébio de Queiróz (1850), a Lei de Terras (1850), a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei de Locação de Serviços (1879). Nesse âmbito, as diferenças entre os fazendeiros cafeicultores do Sul e os senhores do açúcar do Norte do Império passariam a polarizar as discussões acerca dos melhoramentos no campo (como financiamentos e usos de novas técnicas) e do controle da mão de obra livre.