
PODEMOS APRENDER COM A CONCEPÇÃO DE “SAÚDE DA ALMA” DE PLATÃO E A DE EPICURO?
Author(s) -
Maria Dulce Reis
Publication year - 2021
Publication title -
sapere aude
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2177-6342
pISSN - 2176-2708
DOI - 10.5752/p.2177-6342.2021v12n23p41-53
Subject(s) - philosophy , humanities
A filosofia de Platão e a filosofia de Epicuro florescem em contextos históricos distintos. Por terem abordado a “saúde da alma (psykhé)” em textos que herdamos, buscaremos explicitar o significado filosófico de saúde da alma apresentado por esses dois Filósofos. Em diálogos como República, Timeu e As Leis, Platão faz uma correlação entre Psicologia, Ética e Política e demonstra que, por meio da educação de cidadãos e governantes, do direcionamento de cada um dos três princípios da psykhé humana (apetitivo, irascível, racional) ao estado de excelência na alma, a virtude pode ser conquistada, o que será designado como saúde tanto para o indivíduo, como para a vida ético-política. Em um de seus textos, Carta a Meneceu, Epicuro propôs uma terapêutica para a saúde da alma, um exercício de tomada de consciência das várias afecções psíquicas para a aquisição do autodomínio e da boa capacidade de agir. Em ambos os Filósofos, o exercício do discernimento sobre as causas (racionais e irracionais) de nossas escolhas é condição para a conquista de um estado de saúde, equilíbrio, resistência. Pensar com os gregos, nesse momento histórico de pandemia e crise, é identificar como reagimos diante de tal realidade e como podemos agir diante dela.