
EDUCAÇÃO, DEMOCRACIA E LAICISMO: ALGUMAS APROXIMAÇÕES ENTRE CONDORCET E HOLBACH
Author(s) -
Marcelo de Sant’Anna Alves Primo
Publication year - 2018
Publication title -
sapere aude
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2177-6342
pISSN - 2176-2708
DOI - 10.5752/p.2177-6342.2018v9n17p187-197
Subject(s) - condorcet method , philosophy , humanities , sociology , political science , politics , law , voting
Na“Primeira memória: natureza e objeto da instrução pública” das Cinco memórias sobre a instrução pública, Condorcet considera a educação em sua totalidade, afirma que ela está para muito além de uma instrução positiva, pois abrange todas as opiniões sejam de cunho político, moral e religioso. A liberdade de proferir determinadas opiniões acerca desses assuntos seria uma quimera à medida que a sociedade fosse o parâmetro do que as gerações seguintes devessem acreditar. Aqueles que ingressam em um meio social trazem consigo as opiniões que lhes foram fornecidas pela educação e não são mais livres, transformando-se meros reprodutores de seus mestres. Em seu escrito A Moral Universal, o barão de Holbach alinhar-se-á às teses de Condorcet sobre qual lugar deve ter o ensino religioso na educação pública. Defendendo que sob a tutela de autoridades políticas tirânicas, a educação só poderá ensinar aos guardiões das leis que estas sejam entregues aos caprichos da tirania, aos favores e às violências do poder, denuncia o oportunismo dos ministros da religião em ensinar a moral e imprimir os seus preceitos aos mais jovens. No que concerne à Filosofia e ao seu ensino o diagnóstico do Barão não é nada consolador: em contextos educacionais anti-democráticos e de desnaturalização pedagógica do homem, deliberadamente a Filosofia é proscrita, excluída da educação pública, ficando isolada, enlanguescendo-se à medida que é desprezada.