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ESSE ESTRANHO/ESTRANGEIRO CONHECIDO QUE NOS HABITA
Author(s) -
Renata Dumont Flecha
Publication year - 2017
Publication title -
sapere aude
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2177-6342
pISSN - 2176-2708
DOI - 10.5752/p.2177-6342.2017v8n15p116
Subject(s) - humanities , philosophy , art
A Psicanálise se debruça, ao longo de sua história, sobre a temática do estrangeiro, ou ainda, do estranho, que, é ao mesmo tempo um conhecido que nos habita desde sempre. Assim, para encaminhar as reflexões aqui propostas nos remeteremos, inicialmente, a um texto de Freud, de 1919, de nome “Das unheimliche”, ou “O Estranho”. O Estranho se articula com o inconsciente e suas manifestações, que produzem no sujeito um sentimento de ultrapassagem, como se fora atropelado por um outro sujeito que ele desconhece, um estranho, que se impõe em seu discurso. Uma outra manifestação do estranho, em sua, digamos, radicalidade se apresenta através da loucura. O estranho se vincula ao desejo que para a Psicanálise remete a uma ordem simbólica. Ele sempre demarca uma falta e não para um objeto que possa ser empiricamente considerado. Assim, deslocando de objeto em objeto, o desejo desliza em numa série infinita, numa satisfação nunca atingida e para sempre adiada. Freud nos ensinou que o objeto do desejo é um objeto perdido, uma falta, e que esse objeto perdido para sempre, mantém sua presença como falta. A falta é, assim, a condição fundamental do sujeito e de sua humanidade. 

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