
COMO PENSAR A LIBERDADE A PARTIR DA SUBSTITUIÇÃO?
Author(s) -
Diogo Villas Bôas Aguiar
Publication year - 2016
Publication title -
sapere aude
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2177-6342
pISSN - 2176-2708
DOI - 10.5752/p.2177-6342.2016v7n14p764
Subject(s) - humanities , philosophy , physics
Outramente que ser estabelece uma diferença fundamental e pontua uma ruptura com Totalidade e Infinito no que diz respeito ao modo como a subjetividade é interpretada. Trata-se da noção central de substituição. Este não é, de modo algum, um conceito de fácil apreensão, e não encontramos no texto levinasiano uma formulação explícita daquilo que significaria substituir-se. No entanto, adotaremos aqui uma estratégia que nos permitirá uma aproximação que, em nosso modo de ver, torna possível uma forma interessante de abordar esse tema. A substituição traz consigo, de imediato, o problema da liberdade. Tendo em vista a sempre recorrente, e não menos problemática, discussão entre passividade e atividade, o que significaria pensar a liberdade a partir da substituição? Se substituir-se não se origina de um ato de liberdade do sujeito, deliberando para si mesmo a decisão de sacrificar-se por outrem, o que seria tal substituição e qual o sentido de ainda falarmos em liberdade nesse contexto? Buscaremos defender que o conceito levinasiano de substituição deve ser pensado em conjunto com o de liberdade, pois a liberdade é simultaneamente derivação da heteronomia e origem da possibilidade de toda ação.