
O fundamentalismo como proselitismo de legitimação: o que há de comunicação na incomunicabilidade religiosa
Author(s) -
Luiz Signates
Publication year - 2020
Publication title -
horizonte
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2175-5841
pISSN - 1679-9615
DOI - 10.5752/p.2175-5841.2020v18n56p485
Subject(s) - humanities , philosophy , physics
Trata este trabalho de um estudo do fundamentalismo, sob a perspectiva da tensão entre comunicabilidade e incomunicabilidade, entrevista nas dinâmicas religiosas em geral. Após um breve escorço histórico a respeito do tema, concentra-se na vertente religiosa para, em seguida, abordar o fundamentalismo no âmbito de sua contradição específica: a da incomunicabilidade do dogmatismo, radicado no literalismo, na incapacidade para o diálogo e nas ações políticas extremistas, até o terrorismo, em tensão permanente com a necessidade comunicacional de visibilidade e reconhecimento. Há, pois, uma natureza comunicacional específica, na incomunicabilidade dos processos de dogmatização e fechamento dialógico inscritos nos fenômenos fundamentalistas, a que se denomina uma propensão comunicativa da promoção da incomunicabilidade. Por fim, postula-se o fundamentalismo religioso como um proselitismo de legitimação, que tensiona os polos entre o dogma e o vínculo, ao adotar, contraditoriamente, a radicalização de ambos, e testar, nesse sentido, os limites da tolerância, como postulado da modernidade.