A Conferência de Puebla: contexto e papel da juventude e da educação

Há 40 anos mais de 190 bispos latino-americanos, com a presença na sua abertura do recém-eleito Papa João Paulo II, estiveram reunidos para a III Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, no México, em Puebla de Los Angeles, entre 27 de janeiro e 13 de fevereiro de 1979. O objetivo de se celebrar 10 anos de Medellín, para Paulo VI, era traduzir a sua Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi para a América Latina: da “evangelização no mundo contemporâneo” para a “evangelização no presente e no futuro da América Latina”. O contexto foi muito conturbado tanto pela realidade social, econômica, cultural e política quanto pela situação religiosa. Ditaduras, torturas, morte e desaparecimento de milhares de pessoas, guerrilhas de resistência, emergência do neoliberalismo, da direita e do neopentecostalismo, além da eleição de um papa que viveu sobre a perseguição comunista na Polônia, esse era o clima que afetou a Conferência. Nesse momento de celebração de quatro décadas desse importante evento, o objetivo do artigo é fazer memória do contexto sociopolítico e eclesial, além de recortar dois temas que se associam às pesquisas dos autores: juventude e educação. O método é definido como análise de conteúdo e documental, portanto, é de natureza bibliográfica. As conclusões mostram como a dinâmica do contexto atuou na redação do Documento. E que, apesar disso, foi possível avançar em alguns aspectos recortados - a juventude e a educação – que não deixaram também de apresentar suas limitações. Houve a definição de importante “opção preferencial pelos jovens”, uma das prioridades pastorais, e a educação foi definida como um dos meios para a comunhão e a participação.