
No cristianismo dos primeiros séculos encontramos uma pluralidade de escolas e correntes, com luzes e sombras e notáveis conflitos. Considerando isto, este artigo oferece algumas reflexões e análises sobre a existência de pluralismo religioso no cristianismo primitivo na cidade de Éfeso, a capital da província romana da Ásia Menor, sede guardiã do culto imperial. Ele destaca as formas de articulação cultural, sua relação com o poder religioso e político imperial e das regiões nos quais se desenvolveram. Focaliza as formas populares do cristianismo primitivo, entendido como representante do estrato intermediário, ou seja, letrado, mas não erudito, porém capaz de expressar práticas e representações de um conjunto maior de pessoas das camadas subalternas da sociedade. As narrativas analisadas nos oferecem um acesso privilegiado a memórias do pluralismo religioso na cidade de Éfeso nos dois primeiros séculos da era cristã.