
Introdução: o câncer de colo uterino é passível de prevenção e cura, apesar disso mantém uma alta taxa de mortalidade no mundo. A citologia realizada de rotina e associada à colposcopia e à biópsia cervical compõem o seguimento capaz de identificar lesões precursoras do câncer e de diminuir a incidência dessa patologia. Objetivos: identificar pacientes com Neoplasia Intra-epitelial Cervical, a prevalência dessas alterações conforme a faixa etária e definir qual o acompanhamento realizado por elas no Centro de Saúde-Escola Murialdo. Materiais e Métodos: estudo coorte retrospectivo de dados secundários das pacientes com lesão intraepitelial de baixo e alto grau, identificando a realização de colposcopia, biopsia e repetição da citologia após a primeira alteração citológica. Resultados: 372 mulheres entre 13 e 82 anos tiveram seus exames avaliados entre 1997 e 2008, resultando em prevalência de 70,2% de lesões de baixo grau e 29,8% de lesões de alto grau e câncer invasor. Delas, 68,2% passaram por colposcopia, 48,1% chegaram à biopsia e 8,8% das orientadas a repetir o CP, o fizeram em menos de um ano. No seguimento, 20,7% chegaram à conização, 1,9% sofreram histerectomia e 78,2% das alterações de baixo grau tiveram citologia normal à re-coleta. Conclusões: há baixa cobertura do rastreamento do câncer cervical nessa população com alta prevalência de HPV e infecções que vulnerabilizam o epitélio cervical. Porém, com a facilidade da colposcopia há super-avaliação das alterações e provavelmente tem-se diminuído a mortalidade pelo câncer. É urgente ampliar a vigilância em saúde da mulher até que as unidades de saúde estejam organizadas e ativas diante do tema.