Há mais de uma década, temos demonstrado a importância de se discutir temas relacionados ao esporte, em especial ao Esporte Olímpico, de forma crítico-reflexiva nas escolas e em programas esportivos. Frente à participação do Brasil como sede de Megaeventos esportivos, essa necessidade torna-se prioridade. Entretanto, ainda observamos certa resistência por parte da comunidade de docentes da Educação Física em inserir tais temáticas em suas discussões. Este artigo busca problematizar a forma como a Educação Olímpica é apresentada nos materiais didáticos disponíveis, debatendo a persistência de propostas desfocadas de discussões que promovam o pensamento crítico-emancipatório das juventudes com análise específica da questão do doping entre escolares. Observa-se que o doping, neste momento, é uma realidade alarmante até mesmo entre escolares brasileiros e faz-se necessária uma discussão sobre a relativização social da perspectiva do desvio em atletas usuários de doping como reflexo e reforço de uma cultura que identifica no corpo atlético os padrões hegemônicos de estética, de saúde, de disciplina, logo, de maior capital corporal, dominância e status no campo social, como fruto de uma visão biológica-funcional de saúde. Frente às evidências, é possível defender a importância de maiores investimentos em estudos e intervenções que venham a discutir os aspectos da Educação do Olimpismo de forma mais ampla, englobando temáticas diversificadas – como o doping, a fim de promover uma educação emancipadora e concatenada com a perspectiva holística apoiada pelo Barão de Coubertin.