
A distribuição de renda no Brasil e o setor agrícola
Author(s) -
Rodolfo Hoffmann
Publication year - 2020
Publication title -
economia and região
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2317-627X
DOI - 10.5433/2317-627x.2020v8n1p5
Subject(s) - per capita income , agricultural science , welfare economics , humanities , mathematics , geography , economics , sociology , demography , art , environmental science
O artigo discute a distribuição da renda domiciliar per capita brasileira de forma a avaliar o grau de progressividade ou regressividade das parcelas das parcelas de renda selecionadas. O objetivo do trabalho é esclarecer como os rendimentos da atividade de pessoas ocupadas no setor agrícola contribuem para reforçar ou não a desigualdade da distribuição da renda domiciliar per capita (RDPC) no Brasil. Utilizando os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2017, mostra-se que a classificação das pessoas ocupadas conforme sua atividade principal em agrícola ou não agrícola não pode ser confundida com sua classificação como rural ou urbana. Nada menos que 62,4% das pessoas ocupadas residentes na área rural do estado de São Paulo têm ocupação principal não agrícola. A decomposição do índice de Gini da distribuição da renda domiciliar per capita conforme parcelas dessa renda permite avaliar o grau de progressividade ou regressividade das parcelas. O rendimento proveniente do Bolsa-Família é o mais progressivo (bem focalizado nos pobres). Quando se separa o rendimento do trabalho conforme setor de ocupação, verifica-se que a parcela associada ao setor agrícola é a mais progressiva e que a associada ao setor público é fortemente regressiva. AbstractUsing data from the new continuous survey of household’s sample (PNAD continua) for 2017, it is initially shown how the classification of occupied people according to their main activity as agricultural or non-agricultural is much different from their classification according to rural or urban residence. In the State of São Paulo, 62.4% of occupied people on rural area have a non-agricultural main activity. The factor component decomposition of the Gini index leads to the evaluation of the degree of progressivity of each income component. The transfers from the Bolsa-Família program are very progressive, being well focalized on the poor. When earnings are distinguished according to sector of activity, it is shown that agricultural earnings are the most progressive and that public employee’s earnings are strongly regressive.Keywords: Inequality;Income distribution; Gini index; Concentration ratios Brazil;