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Aspectos epidemiológicos da Febre Tifoide alusivos às características sociogeográficas da região Norte e Nordeste no período de 2010 a 2021
Author(s) -
Gabriela Carneiro Gomes,
Ana Rita Fontel de Melo,
Paulyna Roana Borges Moreira,
Ester Monteiro e Sousa,
Larissa Sousa Gomes
Publication year - 2022
Language(s) - Portuguese
Resource type - Conference proceedings
DOI - 10.54265/zzpp3566
Subject(s) - medicine
A Salmonella enterica sorovar Typhi (S. Typhi), agente etiológico da febre tifoide, é uma bactéria oportunista aeróbica fermentadora, resistente ao congelamento. Apresenta sobrevida de quatro semanas há dois meses em meios hídricos e alimentos contaminados. É adquirida, frequentemente, por consumo de produtos como ovos, frango e frutos do mar ingeridos crus ou malcozidos contendo excretas de portadores com carga bacteriana estimada em dez milhões de unidades para o seu desenvolvimento clínico patológico ativo. Pode, com menor incidência, ser transmitida pelo contato direto de pessoa para pessoa por secreções respiratórias, saliva e toques de mãos infectadas. O mecanismo patogênico da bactéria ingerida, inclui penetração e replicação na mucosa intestinal, invadindo os fagócitos das placas de Peyer e gânglios linfáticos mesentéricos com disseminação pela corrente sanguínea, alcançando baço, fígado, pele e medula óssea. A sintomatologia inicial da doença tem caráter inespecífico com episódios de febre aguda, cefaleia e tosse seca, podendo evoluir para dissociação de pulso-temperatura, astenia intensa, torpor, diarreia, hepatoesplenomegalia e máculas pápulo-eritematosas (roséolas tíficas). Se não tratada, surgem complicações sistêmicas referentes a miocardite, lesões glomerulares, úlceras intestinais e arterites. A febre tifoide é uma doença de distribuição mundial, sendo endêmica das regiões norte-nordeste (NNE) do Brasil. Possui ligação direta com o progresso da saúde nos Estados atrelada ao nível de desenvolvimento educacional sobre higiene pessoal e ambiente. Nesse sentido, foi realizado um levantamento de dados que abordaram o perfil socioepidemiológico da população mais acometida pela S. Typhi das regiões NNE nos anos de 2010 a 2021. Mediante os casos comunicados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAM) afiliado ao Manual Integrado de Vigilância e Controle da Febre Tifoide do Ministério da Saúde, foram correlacionados os dados de escolaridade, faixa etária e região de residência, selecionando os fatores mais relevantes para propagação da doença em meio social. No período de 2010 a 2021 sucederam 1.177 casos notificados da S. Typhi no Brasil, dos quais 826 (70,17%) ocorreram na região Norte e 213 (18,09%) na região Nordeste, totalizando 1.039 (88,27%) casos. Os Estados de maior incidência foram respectivamente, Pará, Amapá e Amazonas, somando 805 (68,39%) dos quadros da febre tifoide. Conforme os serviços informados pelo SUS, a maior prevalência de indivíduos afetados situou-se na faixa etária de 20- 39 anos com 317 notificações. Dentre os casos confirmados segundo grau de Escolaridade, a notificação de pessoas com ensino superior completo e incompleto representou 104 (10,0%) dos casos, enquanto as que completaram apenas até o ensino médio, totalizam 49,18% no cenário de notificações da febre tifoide. O fato de a doença ser endêmica no NNE coincide com o aspecto ambiental de menor ocorrência pluviométrica, induzindo a procura por água em poços artesianos e rios, por vezes, contaminados. Ademais, o crescimento urbano desordenado somado a educação inadequada, cria núcleos de pessoas vulneráveis com conhecimento epidemiológico reduzido e sem acesso ao saneamento básico e infraestrutura de qualidade. Assim, adultos com baixo grau de ensino, residentes em áreas subdesenvolvidas são o principal grupo acometido pela bactéria, devendo existir assistência incidente duplicada pelo Estados à essa comunidade. PALAVRAS-CHAVE: Salmonella Typhi, consumo, carga bacteriana, saneamento básico, educação

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