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Esporotricose felina e humana na região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Author(s) -
Manuela Foques Falleiro,
Carolina Schell Franceschina,
Marina Ritter Schüler,
Anna Eduarda Oliveira Pires Gonçalves,
André Mello da Costa Ellwanger,
Roxana Pinto Nishimura
Publication year - 2022
Language(s) - Portuguese
Resource type - Conference proceedings
DOI - 10.54265/uqqz4582
Subject(s) - geography , humanities , art
A esporotricose é uma micose cutânea ou subcutânea e granulomatosa causada por um complexo de espécies conhecido como Sporothrix schenckii, ocorrendo principalmente em felinos e humanos. É uma doença emergente no Brasil, apesar de negligenciada, e o gato doméstico é o principal disseminador da doença para outros animais e para o homem, através de arranhaduras ou mordeduras e pelo contato direto com as lesões. A esporotricose felina e humana não é de notificação obrigatória no estado do Rio Grande do Sul, e, até o ano de 2020, a doença nunca havia sido registrada no município de Sapucaia do Sul. O objetivo deste trabalho foi monitorar os casos de esporotricose felina e humana em Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, identificando as suas características epidemiológicas e ambientais. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de campo descritiva, observacional e de abrangência quantitativa. Os dados foram obtidos a partir de registros documentais do setor de Vigilância Ambiental do município. Entre 18 de agosto de 2020 e 30 de junho de 2021, foram contabilizados 56 casos de esporotricose em felinos e 14 casos da doença em humanos, com 64,28% das ocorrências sendo em pacientes mulheres e 35,71% em homens. Dos casos humanos, 13 desses pacientes eram tutores de felinos com esporotricose, tendo sido contaminados através de contato com o próprio animal. Dois bairros do município concentraram a maior parte desses casos, totalizando 82% dos casos de esporotricose felina e 51% dos casos de esporotricose humana, configurando-se como pontos de alta densidade. Pôde-se observar um padrão clássico de distribuição da doença na cidade, uma vez que a aglomeração de casos em regiões específicas é característica, ocorrendo na forma de surtos, em locais com alto número de hospedeiros. A maior parte dos felinos infectados possuía livre acesso à rua, perfazendo 80% dos casos, e 73% do total de felinos doentes não eram castrados. A alimentação e a manutenção de felinos de rua nos locais com alta densidade de casos de esporotricose, sem qualquer tipo de controle populacional e sanitário, associado à circulação de gatos domésticos pelo bairro, foram as possíveis causas que levaram ao descontrole desta zoonose na região. A ausência de tratamento dos gatos de rua doentes e o abandono de animais infectados também foram fatores importantes na dispersão da esporotricose para animais sadios semidomiciliados, que se tornaram fonte de infecção para o homem, demonstrando a importância da saúde pública e integrada. Durante a realização do trabalho, foram promovidas capacitações aos trabalhadores da rede pública de saúde do município para o diagnóstico da doença em usuários do Sistema Único de Saúde e foram feitos alertas à população, além de campanhas sobre a importância da guarda responsável dos animais. A educação em saúde da população do município torna-se, agora, prioridade de ação dos gestores públicos. PALAVRAS-CHAVE: Felino doméstico, Saúde Pública, Sporothrix schenckii

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