Ancestralidade africana no Maracatu: um estado da arte

Este trabalho aborda o contexto arte e educação. Configura-se dentro de uma prática educativa das manifestações populares artísticos culturais de rua, território marcado por antigas tradições, saberes fazeres seguidos de batuques que se desenrola num verdadeiro cortejo real. Objetiva discutir e mapear a partir do “estado da arte” ou “estado do conhecimento” (FERREIRA, 2002, p. 258) formação e narrativas de ancestralidade africana do Maracatu atravessadas pelos saberes da tradição. A metodologia empregada foi a pesquisa bibliográfica, com destaque para produções escritas ao longo dos últimos cinco anos, dentre elas teses de doutorado, dissertações de mestrado, publicações em periódicos e comunicações em anais de revistas científicas, congressos e seminários. Trata-se de uma breve leitura histórica da construção das identidades culturais das raízes afrodescendentes e de suas memórias, a partir das manifestações locais, rituais, sentidos, diálogos com o corpo, saberes, vivências e aprendizados que envolvem o maracatu. Com a pesquisa realizada pode-se perceber o universo do maracatu na construção de identidades e reconstrução da cultura local, do carnaval de rua, dos blocos carnavalescos, dos brincantes do maracatu, seus discursos, suas falas, sua identidade afrodescendente que contribuem para a preservação de saberes da tradição e fortalecimento da cultura local, propiciando para a comunidade conhecimentos tradicionais e promovendo formas de brincar o carnaval de forma pedagógica e saudável, enaltecendo o potencial transformador do folguedo, no cortejo, coroação da rainha, pertencimento e ancestralidade do povo.