
PRESSÃO INTRA-ABDOMINAL NO TRANSPLANTE HEPÁTICO: SÉRIE PROSPECTIVA DE CASOS
Author(s) -
Olival Cirilo Lucena da Fonseca Neto,
Luiz Eduardo Rafael Moutinho,
Ludmila Rodrigues de Oliveira Costa,
Priscylla Jennie Monteiro Rabêlo,
Raimundo Hugo Matias Furtado,
Fernando Jorge Diniz Cavalcanti,
Renata Ferreira Bezerra,
Paulo Sérgio Vieira de Melo,
Américo Gusmão Amorim,
Cláudio Moura Lacerda
Publication year - 2021
Publication title -
brazilian journal of transplantation
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2764-1589
DOI - 10.53855/bjt.v24i1.5
Subject(s) - medicine , gynecology , gastroenterology
Introdução: A hipertensão intra-abdominal (HIA) é uma complicação bastante frequente em pacientes críticos, que pode desencadear disfunção orgânica e mortalidade. O transplante de fígado produz diversos fatores de risco para a HIA e esse fenômeno pode subsidiar importantes informações sobre o desenvolvimento da lesão renal aguda (LRA) no pós-operatório precoce nesse grupo de doentes. Objetivo: Quantificar a pressão intra-abdominal (PIA), caracterizar a prevalência da HIA e avaliar a associação da HIA com a LRA nos receptores do transplante hepático. Métodos: Trata-se de um estudo observacional e analítico, realizado prospectivamente durante a pandemia do SARS-COV-2, composto por amostra de conveniência que incluiu pacientes submetidos ao transplante ortotópico de fígado, divididos em grupo H (PIA >12 mmHg) e grupo N (PIA <12 mmHg). Foi realizada uma recategorização para adequação do tamanho da nova amostra. Resultados: Foram realizados 16 transplantes de fígado, durante o período proposto do estudo, dos quais sete pacientes foram incluídos nesta análise. No total, 46 medidas da PIA foram executadas na amostra deste estudo. O índice de massa corporal, o Model for End-Stage Liver Disease Sodium (MELD-Na), o volume da ascite e a síndrome da reperfusão não distinguiram entre os grupos H e N. A PIA mediana foi de 10,5 mmHg, imediatamente após o transplante, com redução para 8.5 mmHg decorridas 48 horas. O perfil hemodinâmico foi bastante semelhante entre os grupos, entretanto houve maior uso de drogas vasoativas no grupo N e de fluidos intravasculares no grupo H. Conclusão: Não houve associação entre a LRA nos pacientes acometidos com HIA após o transplante hepático. Esse resultado pode não refletir com fidedignidade a relação da LRA e a HIA nessa população, devido ao poder da amostra dessa análise. Não foi possível estabelecer diferenças significativas entre os grupos H e N e a prevalência da HIA restringiu-se a níveis brandos. Os resultados sobre manejo hemodinâmico apoiam uma perspectiva mais otimista em relação ao uso de drogas vasoativas em detrimento ao uso irrestrito de fluidos intravasculares.