
Sobre a colonialidade da linguagem
Author(s) -
Gabriela Alejandra Veronelli,
Silvana Leticia Daitch
Publication year - 2021
Publication title -
revista x
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1980-0614
DOI - 10.5380/rvx.v16i1.78169
Subject(s) - humanities , philosophy , sociology
Este artigo apresenta um novo marco teórico para analisar relações linguísticas de poder e examina os efeitos linguísticos do que Aníbal Quijano chamou de a colonialidade do poder. A colonialidade da linguagem refere-se a um processo de racialização de populações colonizadas como agentes comunicativos (ou seja, possíveis interlocutores), que começa com a Conquista da América e que continua até hoje. A pesquisa foi focada na desumanização das populações colonizadas e escravizadas, e o concomitante desprezo das suas linguagens e maneiras sociais de dar sentido, interpretadas como expressões de “natureza” inferior. Os resultados são uma contribuição original ao debate sobre a relação histórica entre colonialismo, raça, etnicidade e linguagem na América. O argumento levantado sugere que há conexão entre a redução das populações colonizadas e racializadas a um status de seres não-humanos, e uma ideologia linguística analisada como monolinguajar, que esconde a opressão colonial dialógica e discursivamente.