
QUANDO POLÍTICAS DE RESISTÊNCIA SE TRANSFORMAM EM POLÍTICAS LINGUÍSTICAS OFICIAIS: O ESPANHOL NO NORDESTE BRASILEIRO
Author(s) -
José Veranildo Lopes da Costa,
Tatiana Lourenço de Carvalho
Publication year - 2020
Publication title -
revista x
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 1980-0614
DOI - 10.5380/rvx.v15i5.73305
Subject(s) - humanities , political science , philosophy
As políticas linguísticas são entendidas, de modo geral, como um conjunto de decisões sobre o uso das línguas na esfera social, normalmente impostas pelo Estado através de documentos prescritivos oficiais. Contudo, quando analisamos a história do ensino de línguas no mundo ocidental, percebemos o surgimento de um conjunto de gestos de intervenção linguística (PONTE, 2010), que se contrapõe às macropolíticas instituídas pelas instituições governamentais que, muitas vezes, se fundamentam a partir de um paradigma da exclusão. Estes gestos de intervenção linguística também podem ser chamados de políticas de resistência, e são implementados por instituições periféricas, que não gozam do poder estatal como, por exemplo, as associações de professores e os movimentos estudantis. Com o objetivo de problematizar o processo pelo qual as políticas de resistência se transformam em políticas linguísticas oficiais, fundamentados em autores como Cooper (2000) e Ponte (2010), trataremos, neste artigo, do ensino de espanhol na região Nordeste de Brasil sob a perspectiva das micropolíticas que se opõem à revogação da Lei nacional nº 11.161/2005. As análises mostram que, no caso do espanhol, políticas de resistência vêm se transformando em políticas oficiais, garantindo o ensino desse idioma neolatino nos currículos de escolas estaduais e municipais.