
De Estado a Civil: As políticas de relações matrimoniais da casa imperial do Brasil e sua legitimação sucessória (1843-1944)
Author(s) -
Adel Igor Romanov Pausini
Publication year - 2017
Publication title -
revista nep
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2447-5548
DOI - 10.5380/nep.v3i1.52577
Subject(s) - humanities , philosophy , political science , physics
Em 1908 a renúncia do herdeiro do trono brasileiro segundo a Constituição de 1824 para casar fora do seio monárquico, torna-se o ponto inicial de sucessivas disputas de reconhecimento, anulação e legitimação de posições tradicionais e simbólicas em cenário republicano presidencialista. A política matrimonial se revela um indispensável instrumento na construção da rede de parentes, que confere relações, prestígio, legitimidade e poder, seja na condição régia ou após a sua queda. A situação cognática bilateral da Casa do Brasil se torna uma possibilidade em 1908, ainda que no campo simbólico, de modo que o período selecionado permite a clara visualização das rupturas e permanências na construção da política matrimonial na monarquia e na república. Partindo de fontes primárias como diários, cartas e bilhetes trocados no âmbito familiar e oficial, bem como, contratos de casamento, declarações e convenções, são constituintes da pesquisa documental, acrescida e cruzada com consistente bibliografia, sustentamos a tese de que mesmo após a queda da monarquia poucas rupturas são verificadas na política de casamentos, permanecendo no entanto as tensões, conflitos e disputas sucessórias se não pela condição régia já inexistente, pela condição de chefe ou líder do simbolismo monárquico tradicional de uma linhagem, na condição francesa ou brasileira.