
Comentarios sobre a vocalitá no período de transição da ópera Italiana
Author(s) -
Marcos da Cunha Lopes Virmond,
Lenita Waldige Mendes Nogueira
Publication year - 2018
Publication title -
música em perspectiva
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2236-2126
pISSN - 1981-7126
DOI - 10.5380/mp.v10i1.57346
Subject(s) - art , humanities
O Período de Transição na ópera italiana do século XIX compreende os anos de 1870 até 1890. As características definidoras deste período são uma rejeição definitiva da forma solita Rossiniana, a construção flexível do drama musical, a rejeição gradual da ópera de números e a adesão ao modelo francês da grande ópera. G. Verdi torna-se recluso, compondo apenas Aida e Otello e uma janela de oportunidade se abre por um breve período e, pelo menos, dois nomes - Amilcare Ponchielli e Antônio Carlos Gomes - aproveitam esta oportunidade para apresentar sua produção. O objetivo deste artigo é descrever brevemente esse período da ópera italiana e discutir uma de suas características, a vocalitá usada pelos compositores deste período relevante para a história da ópera italiana. O drama se torna o ponto principal do canto e as acrobacias vocais tornaram-se sem sentido em oposição aos princípios do bel canto. O compositor mudou sua maneira de escrever, de uma vocalitá ornamental, melismática para uma silábica. Cada palavra, cada sílaba é importante e a compreensão do que os cantores cantaram é agora mais relevante. Assim, o termo vocalitá pode ser entendido como a característica vocal de uma música ou a forma como um compositor usa a voz em sua composição: isto é, a qualidade da música vocal sob um determinado compositor ou período estilístico.