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Feitiços e contrafeitiços no ritual de licenciamento de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no sul do Brasil: cosmopolítica Mbya e Kaingang no enfrentamento à razão unificadora jurua
Author(s) -
Cleyton Gerhardt,
Luiz Felipe Fonseca da Rocha
Publication year - 2017
Publication title -
desenvolvimento e meio ambiente/desenvolvimento e meio ambiente
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.15
H-Index - 3
eISSN - 2176-9109
pISSN - 1518-952X
DOI - 10.5380/dma.v42i0.50816
Subject(s) - humanities , political science , philosophy
O artigo analisa o conflito entre grupos das etnias Kaingang e Guarani e aqueles que representam a tentativa de se construir quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no rio Jacuizinho/RS. O foco da análise recai especificamente sobre uma das etapas do licenciamento ambiental das obras: a elaboração do “Componente Indígena” (CI) que, em tese, deveria ser elaborado com os Estudos de Impacto Ambiental. No caso do licenciamento, ele é aqui analisado sob a perspectiva de um ritual, um evento vivido coletivamente como drama social, com etapas mais ou menos formalizadas. Como se tenta mostrar, apesar da relativa maleabilidade e amplitude de indefinições e aberturas para o imprevisto que surgem ao longo de uma sequência de ritos prévios, cada um dos atores (Funai, Fepam, empreendedor, empresa intermediadora, peritos que participaram do CI, lideranças políticas locais, lideranças Guarani e Kaingang, seus familiares e aliados) ocupa determinados papéis (ou são levados a), desempenha uma performance e constitui ações e estratégias na disputa pela apropriação material e simbólica de um mesmo território.

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