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ANESTESIA PARA CORREÇÃO CIRÚRGICA DA PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSO EM CÃES: RELATO DE CASOS ENTRE 2015 - 2020.
Author(s) -
Viviane Luize Bosak,
Luiza Dayrell,
Ana Paula da Veiga Argus,
Marlos Gonçalves Sousa,
Peterson Triches Dornbusch,
Juan Carlos Duque Moreno
Publication year - 2020
Publication title -
archives of veterinary science
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.15
H-Index - 9
eISSN - 2317-6822
pISSN - 1517-784X
DOI - 10.5380/avs.v15i5.77128
Subject(s) - medicine , humanities , philosophy
A persistência do duto arterioso é a anormalidade cardiovascular congênita mais comum em cães, ocorre quando o ducto não se fecha após a vida fetal e há desvio do fluxo da aorta para artéria pulmonar. A correção aumenta a expectativa de vida, porém as sequelas podem não se resolver completamente, por isso a cirurgia deve ocorrer na maior brevidade. A técnica para a correção mais tradicional é a ligadura cirúrgica por toracotomia. No entanto, procedimentos minimamente invasivos, como o transvascular e por toracoscopia têm sido descritos (SAUNDERS et al. 2014). A hemorragia, complicação mais comum do procedimento por ligadura, pode ocorrer em mais de 6% dos casos e, quando presente, é fatal em 79% dos casos. Também tem sido observada parada cardíaca durante a oclusão ou após a indução anestésica. Imediatamente após a correção pode ser observada diminuição da frequência cardíaca e aumento da pressão arterial diastólica, fenômeno denominado reflexo ou sinal de Branham (HUNT et al. 2001; SAUNDERS et al. 2014). A literatura sobre o manejo da anestesia nesses pacientes é escassa, por isso este trabalho procurou descrever a analgesia e anestesia, além das complicações e seu tratamento, pela avaliação retrospectiva dos últimos cinco anos em que 10 cães foram submetidos a correção de PDA por toracotomia videoassistida no HV – UFPR. Nove fêmeas e um macho, classificados segundo o American Society of Anesthesiologists como 3 (2 – 4), com idade média de 11,7 ± 10,5 meses (2 – 36) e com peso médio de 4,4 ± 4,7 kg (0,8 – 16,6), das raças Yorkshire terrier, Spitz alemão, Pinscher, Poodle ou sem raça definida. Todos os cães receberam anestesia locorregional, três o bloqueio do plano serrátil superficial (SSPB) guiado por ultrassom e o restante o bloqueio anestésico intercostal. O opioide sufentanil e midazolam foram administrados em seis animais (0,2 - 0,5 µg/kg e 0,3 mg/kg, respectivamente) na medicação pré-anestésica e etomidato associado a midazolam na indução (1 - 4 mg/kg e 0,2 - 0,3 mg/kg, respectivamente). Dois animais necessitaram da associação com o propofol (2 - 3 mg/kg) para facilitar a indução anestésica. Para manutenção da anestesia foi utilizada a anestesia intravenosa total (propofol-remifentanil) em quatro cães, anestesia parcial intravenosa em quatro cães (isofluorano-propofol-remifentanil ou isofluorano-remifentanil) e dos animais receberam exclusivamente isofluorano. A infusão de remifentanil foi administrada em 60% dos cães. Apenas um caso de hemorragia ocorreu, sendo rapidamente revertida com a autotransfusão. Esse mesmo paciente também foi o único a apresentar o sinal de Branham, sendo necessária a infusão de nitroprussiato de sódio durante as primeiras duas horas de pós-operatório. A metade dos cães apresentou hipotensão com normalização após ajuste do plano anestésico, dobutamina ou desafio volêmico. A hipotermia ocorreu em 40% e em 10% houve bradicardia responsiva à atropina. Até o momento nenhum óbito foi registrado durante os procedimentos anestésicos. Todas as complicações foram resolvidas com sucesso e a aplicação do SSPB mostrou também fornecer analgesia pós-operatória nas primeiras horas, sugerindo ser uma nova opção de anestesia loco regional guiado por ultrassom nestas cirurgias.

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