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ABORDAGEM VENTRAL PARA MANDIBULECTOMIA EM 10 CÃES
Author(s) -
Vinícius Gonzalez Peres Albernaz,
Victoria Gariba Silva,
Giovana Banin Mazzali,
Juliany Gomes Quitzan
Publication year - 2020
Publication title -
archives of veterinary science
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
SCImago Journal Rank - 0.15
H-Index - 9
eISSN - 2317-6822
pISSN - 1517-784X
DOI - 10.5380/avs.v15i5.77025
Subject(s) - anatomy , biology , medicine
O cão é frequentemente acometido por neoplasias orais de diferentes origens celulares. Com potencial metastático e invasivo muito variável, a heterogeneidade dos tumores orais tem em comum a necessidade de realizar exérese ampla por meio de mandibulectomias ou maxilectomias. A extensão da ressecção depende do estadiamento do tumor (Liptak, 2020). As técnicas tradicionais para mandibulectomia frequentemente envolvem acessos intraorais, zigomatectomia e lesão à estruturas faciais importantes como nervos e vasos. Uma técnica de abordagem ventral foi descrita com o intuito de superar essas questões (De Mello Souza et al., 2019). Objetiva-se descrever as vantagens e complicações intra e pós-operatórias observadas com o uso da técnica de abordagem ventral para mandibulectomia em cães. Foram selecionados retrospectivamente 10 cães submetidos a mandibulectomia por meio de abordagem ventral para remoção de neoplasias orais. Destes animais, seis realizaram mandibulectomia total unilateral, dois mandibulectomia segmentar e dois mandibulectomia rostral. Na abordagem proposta os animais foram posicionados em decúbito dorsal com a cabeça elevada e então realizada uma incisão sobre o corpo da mandíbula na região ventral da sínfise até o processo angular. Prosseguiu-se com a dissecção da face lingual e gengival da mandíbula. A sinfisiotomia mandibular foi realizada utilizando serra oscilatória. Foi feita a ligadura da artéria alveolar no aspecto medial caudal da mandíbula. O musculo masseter foi solto na sua inserção próximo ao digástrico e elevado da fossa massetérica, na sequência a musculatura pterigoide foi desinserida do processo angular e condilar. A desarticulação temporomandibular foi realizada incisando sua cápsula, preservando a artéria maxilar localizada caudomedial a ela. Por fim, as últimas inserções musculares foram removidas. A síntese se deu por meio do fechamento das camadas mucosa, muscular e subcutânea utilizando suturas absorvíveis em padrão contínuo simples. Suturas de pele foram aplicadas rotineiramente. Os animais foram acompanhados quanto as complicações de curto prazo durante ao menos 30 dias e após por meio de contato telefônico, para complicações de longo prazo. A abordagem ventral permitiu uma boa visualização das estruturas anatômicas, pouco contato com a face intraoral e facilidade de exposição e incisão da capsula articular temporomandibular nos casos de mandibulectomia total. Somente um animal apresentou complicações intraoperatórias. Neste caso houve dano inadvertido a artéria maxilar que levou a hemorragia, no entanto esta foi controlada facilmente. Devido a esta lesão vascular o animal apresentou cegueira e anosmia temporária. No pós operatório foi observado quatro casos de deiscência de sutura, sendo que dois exigiram intervenção cirúrgica e um caso de má oclusão mandibular contralateral. Todos os animais retornaram à alimentação espontânea dentro de 5 dias pós operatório. No longo prazo, a única complicação observada foi o deslocamento lateral da língua, que ocorreu em todos os casos de mandibulectomia total. O resultado estético foi considerado satisfatório pelos proprietários. A técnica de mandibulectomia por abordagem ventral se mostrou viável e associada a baixas complicações. Subjetivamente, parece ser de mais fácil execução que a técnica tradicional.

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