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Melissocenótica em área de cultivo de macieira (Pyrus malus L.) em Lages (Santa Catarina, sul do Brasil), com notas comparativas e experimento de polinização com Plebeia emerina
Author(s) -
Sueli M. L. S. Ortolan Sebastião Laroca
Publication year - 1996
Publication title -
acta biológica paranaense
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2236-1472
pISSN - 0301-2123
DOI - 10.5380/abpr.v25i0.696
Subject(s) - halictidae , biology , humanities , geography , hymenoptera , botany , apoidea , art
São estudadas: estrutura melissofaunística. fenologia e relações entre abelhas silvestres (Hymenoptera, Apoidea) e flores em áreas restritas da região de cultivo de macieiras no município de Lages, Santa Catarina. Este estudo é baseado em dados coletados por meio de técnicas padronizadas (ver Sakagami, Laroca & Moure, 1967). Constitui-se de três partes a saber: levantamento geral de abelhas na região próxima a um pomar (Sítio Santa Rita). feito no período de outubro de 1981 e dezembro de l982; levantamento de abelhas em macieiras no período de florescimento destas em dois pomares (Sítio Santa Rita e Sítio Bandeirinha), nos anos de 1981 e 1982 e um experimento para testar a capacidade da abelha mirim (Plebeia emerina) em polinizar flores de macieiras. O total de abelhas capturadas no levantamento geral foi de 1.137 indivíduos pertencentes a 127 espécies. Apidae apresentou a maior abundância de indivíduos com menor número de espécies (53,3% e 3,2%, respectivamente). Halictidae foi a segunda família em número de indivíduos e a primeira em número de espécies (29,1% e 56.7%, respectivamente), Andrenidae foi a terceira em número de indivíduos (9,3%) e a segunda em número de espécies (15,%), Anthophoridae (5,8% do número de indivíduos e 11,0% do número de espécies) e Colletidae (1,0% e 4,7%. respectivamente). As espécies mais abundantes foram Plebeia emerina com 39,4%, Trigona spinipes com 6,8%. Halictillus loureiroi com 6,6% e D. (D.) pabulator com 5,0%. O total de abelhas capturadas no levantamento de flores de macieira foi de 273 individuos pertencentes a 27 espécies. Apenas três famílias visitaram as flores de macieira. Apidae apresentou a maior abundância de indivíduos, com 82,8% do total e em espécies participou com 18,5 %; Halictidae apresentou a maior diversidade de espécies, com 74,1% do total e participou com apenas 16,5% do de indivíduos. A participação de Anthophoridae foi pouco significante, sendo representada por dois indivíduos pertencentes a duas espécies apenas. Apidae apresentou três espécies predominantes em flores de macieira: Plebeia emerina (54,1 %), Plebeia quadripuncata (14,3 %) e Trigona spinipes (7,3 %). Halictidae apareceu com apenas uma espécie predominante, que foi D. (D.) pabulator (6,6). A abundância relativa, diversidade, fenologia e espécies predominantes de abelhas [observadas] no levantamento geral, foram compadas com os dados do levantamento efetuados em Caçador (SC), no mesmo período, por Orth (1983). As variações fenológicas em Lages foram diferentes daquelas ocorridas em Caçador, principalmente em relação às espécies de ocorrência no outono e inverno, que na área de estudo estiveram praticamente ausentes durante estes períodos. Em função disso, foi sugerido que se escolham períodos de maior atividade das abelhas para futuros estudos na região. Foi apresentada também a lista de plantas visitadas pelas abelhas, sendo que Composítae participou com o maior número de espécies de planta. Porém ao contrário do que foi observado em outros levantamentos de Apoidea em áreas restritas não foi a família mais freqüentemente visitada, cedendo o lugar Cruciferae. representada pricipalmente por Raphanus raphanistrum. Além da lista de espécies de abelhas silvestres com potencial para polinização das flores de macieiras, foram discutidas as caracterrísticas fenológicas e comportamentais das que ocorreram nessas flores, no município de Lages. Finalmente, são expostos os resultados do experimento preliminar de polinização das flores de macieira por Plebeia emerina Abstract