O corpo e suas representações na tessitura identitária umbandista

Este texto é produzido no âmbito da disciplina Pedagogia do Corpo, do Programa de Pós-Graduação em Educação (Doutorado) da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, com aproximação com o projeto de tese – que tem como objeto as identidades umbandistas juvenis no contexto escolar. Objetiva-se discutir sobre o corpo e suas representações no processo de construção identitária de jovens umbandistas. O corpo, visto a partir da perspectiva religiosa, é uma poderosa forma de comunicação por onde perpassa o espetáculo do ethos, materializando em gestos e em formas os orixás – divindades cultuadas nas religiões de matrizes africanas, por meio do processo da incorporação. A incorporação ou possessão é, segundo Ortiz (1999, p.71), o elemento central do culto, permitindo a descida dos espíritos do reino da luz, da corte de Aruanda, que cavalgam a montaria da qual eles são senhores. Para Carlos de Ogum (s/d), quando o atabaque fala, a alma escuta e o corpo responde. O corpo, como elemento desse cenário, se configura numa importante fonte dialógica que possibilita abarcar vários tipos de experiências dentro da categoria do êxtase (LEWIS, 2003).