Sociedade civil e prevenção de riscos hidro-climáticos na Amazônia sul-ocidental: uma abordagem neo-sistêmica

Este artigo discute a interveniência da sociedade civil na prevenção de riscos hidro-climáticos na Amazônia sul-ocidental, a partir de uma abordagem neo-sistêmica, no Acre, que tem sido palco de enchentes e de incêndios recorrentes e vem se adaptando a este cenário através de uma estrutura de prevenção. De natureza qualitativa e exploratória, este estudo de caso foi construído a partir de levantamento documental e de campo, sendo mapeados e entrevistados 34 gestores de diferentes organizações públicas relacionadas à questão hídrica e climática. Através de análise do conteúdo, os dados permitiram identificar que o Acre enfrentou três grandes ciclos: o de formação do sentido ambientalista; o de diferenciação e estabilização da estrutura, com a presença de iniciativa civil de natureza técnica; o de possível ruptura, ou de riscos às práticas de mitigação. O trabalho conclui que a comunicação facilitada do risco tem sido um dos principais avanços das políticas de prevenção no Acre e isso guarda expressiva relação com a articulação civil; existe uma mudança em curso na orientação mais ambientalista da sociedade acreana que coloca em risco a própria estrutura de prevenção estabelecida.