O envelhe(s)er na voz de quem o vivencia: narrativas de participantes de um Programa UATI no semiárido baiano

A construção identitária do “ser idoso” passou e ainda passa por diversas mudanças desde o estabelecimento da velhice enquanto uma categoria etária, sendo que, muitas vezes, o discurso sobre a velhice se sobrepõe ao discurso dos próprios velhos sobre sua experiência de vida. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo analisar as narrativas das idosas participantes de uma oficina do programa extensionista Universidade Aberta à Terceira Idade da Universidade Estadual de Feira de Santana sobre o que, para elas, é ser idosa. Quanto ao método, este trabalho se configura como uma pesquisa qualitativa, cujos instrumentos de coleta dos dados foram a observação participante e a entrevista baseada em roteiro semi-estruturado com duas idosas. Após a coleta, os dados foram analisados à luz da análise de conteúdo de Bardin. As narrativas das participantes, embora apontem as mudanças corporais, como as rugas e cabelos brancos como uma realidade, muitas vezes, difícil de enfrentar, ressaltam aspectos como o aprendizado e o desejo de se manterem ativas, demonstrando em suas falas estar encarando o processo de envelhecimento com leveza e naturalidade.