
ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS EM NONAGENÁRIOS E CENTENÁRIOS DURANTE O ISOLAMENTO SOCIAL
Author(s) -
Cíntia Cristina Sulzbach,
Renata Breda Martins,
Antonia Angeli Gazola,
Ângelo José Gonçalves Bós
Publication year - 2020
Publication title -
revista brasileira de ciências do envelhecimento humano
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
eISSN - 2317-6695
pISSN - 1679-7930
DOI - 10.5335/rbceh.v17i2.11950
Subject(s) - medicine , humanities , physics , art
Introdução: A pandemia por COVID-19 demandou uma restrição social principalmente à população de risco como os longevos (≥ 90 anos), o que é um fator de risco para o desenvolvimento de alterações gastrointestinais, comuns em nonagenários e centenários. Objetivos: Descrever a prevalência de alterações gastrointestinais em nonagenários e centenários durante a pandemia por COVID-19. Métodos: Estudo transversal e observacional envolvendo participantes do projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo, avaliados por telefone no período de março a agosto de 2020. As variáveis investigadas foram características sociodemográficas e de hábitos alimentares e mudança de sintomas gastrointestinais durante a pandemia. Foram calculadas frequências e média para descrição. Resultados: Participaram da pesquisa 59 nonagenários e centenários, a maioria mulheres (77%) com média de 96,0±3,8 anos, brancos (76%), viúvas (73%), residindo com acompanhante (81%). Quanto à saúde em geral, 51% considerou ótima/boa (n=30). Em 59% (n=35) referiram ter algum sintoma no trato digestório antes da pandemia. A maior parte (93%, n=55) afirmou não ter mudanças no trato digestório durante a pandemia. Em relação à consistência das fezes, 44% referiu fezes normais (n=26). Um quarto dos participantes relatou constipação (n=15). A constipação foi mais frequente entre os participantes que consumiam <1litro/dia (44%) dos que consumiam mais (35%, p=0.3722). Conclusão: Os longevos avaliados não tiveram mudanças frequentes nos sintomas gastrointestinais durante a pandemia do COVID-19. Constipação foi o sintoma mais comum, relacionada com o consumo de água. Menor mobilidade também está relacionada ao aumento da constipação.