
Agroecologia e Convivência com o Semiárido: A Inovação na Construção da Resiliência
Author(s) -
Maitê Edite Sousa Maronhas,
Horasa Maria Lima da Silva Andrade,
Caetano De ́Carli Viana,
I Ángela Lucía León
Publication year - 2021
Publication title -
brazilian journal of agroecology and sustainability
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2675-1712
DOI - 10.52719/bjas.v2i2.3813
Subject(s) - humanities , sociology , art
No período entre 2012/2018 ocorreu uma grande seca em Pernambuco, mas apesar das condições desfavoráveis foi possível observar grupos camponeses capazes de garantir a produção de alimentos para o autoconsumo e abastecer cidades através de feiras agroecológicas, demonstrando a resiliência de seus agroecossistemas. O objetivo geral da pesquisa foi analisar a resiliência social/comunitária de agroecossistemas geridos por camponeses no Semiárido brasileiro, no Agreste e Sertão pernambucano, em comunidades assessoradas por organizações não governamentais. Os grupos gestores desses agroecossistemas são o público envolvido na pesquisa. Foi utilizado o método etnográfico, alicerçado na observação participante e orientado pelo Método do Caso Alargado. As atividades de campo foram realizadas entre julho/2019 e fevereiro/2020, envolvendo 7 famílias, as visitas duraram de 4 a 5 dias. A habilidade para inovar é relevante para a constituição da resiliência nessas comunidades como observado nas feiras agroecológicas, que demonstraram um conjunto de características que permite serem compreendidas como inovações. Foram observados os diferentes papéis desempenhados pelas mulheres e homens, constituindo-se como estratégias familiares e comunitárias para o surgimento e a continuidade das feiras. Essas permitem a comercialização direta e estimulam a articulação e fortalecimento dos laços e interações sociais, provocando o desenvolvimento de novas capacidades aos envolvidos e o fortalecimento de suas organizações de representação. Os princípios agroecológicos, adotados pela assessoria oferecida, desempenham um importante papel de valorização dos conhecimentos tradicionais, fortalecendo a autoestima individual e comunitária, as relações de confiança, estimulando a inovação, construindo assim a resiliência identificada.