
“Sofrimento é mato, coração em pedaços”
Author(s) -
Matheus França
Publication year - 2020
Publication title -
r@u
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2175-4705
DOI - 10.52426/rau.v12i1.333
Subject(s) - musical , humanities , sociology , gender studies , art , visual arts
Este artigo busca discorrer sobre relações de gênero, masculinidades e performatividades no universo da música sertaneja. Proponho lançar um olhar atento a um descompasso existente entre, por um lado, discursos que incitam por meio de performances artísticas e do repertório musical certa flexibilização da chamada masculinidade hegemônica, em especial no que diz respeito ao choro e à expressão de emoções por parte de homens; por outro, performativos de gênero que contradizem tais esforços, presentes sobretudo nas sociabilidades levadas a cabo em espaços de sociabilidade sertaneja (bares, boates e shows), onde foi realizada parte significativa do trabalho de campo etnográfico. Reflito, portanto, sobre como por meio da música sertaneja se organizam atos performativos de gênero que jogam com as ficções reguladoras da ordem compulsória entre sexo, gênero e desejo proposta por Judith Butler.