A A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A EDUCAÇÃO DO CORPO

RESUMO Este texto tem como objetivo propor reflexões sobre a Educação do corpo a partir da Educação Física enquanto componente curricular da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para tal, foi realizada uma análise a partir das propostas das práticas corporais e de elementos presentes nesse documento que, evidentemente, têm implicação na conjuntura de um determinado tipo de sujeito e, consequentemente, nos modos de educação do corpo. Considera-se que a BNCC é um elemento fundamental para construção curricular que, no entanto, precisa ser problematizada tendo em vista suas múltiplas formas de entendimento, reconhecendo os interesses diversos que estão envoltos nessa política educacional enquanto mecanismo de relações de poder-saber. Para esta investigação, a metodologia utilizada pautou-se na pesquisa bibliográfico-documental, com intuito de problematizar elementos presentes na última versão do documento da BNCC (2017) que refletem a necessidade de uma interpretação a partir do poder disciplinar presente na área da Educação Física. Tal análise foi fundamentada nos estudos críticos e pós-críticos a partir da ótica dos currículos culturais da Educação Física escolar, como preconizado por Marcos Neira (2018), além de contar com reflexões a partir das contribuições de Michel Foucault (1999), considerando sua teorização acerca das relações de disciplina e normatização que regulamentam o poder sobre a educação do corpo. Conclui-se que não é possível desprender-se das relações de poder que estão envolvidas no contexto escolar, mas se faz necessário refletir e reconhecer as necessidades da sociedade atual, que é marcada pelo multiculturalismo, sendo esse um passo primordial para motivar uma construção curricular que resista às incoerências na área da Educação Física previstas na BNCC e que potencialize suas coerências.   Palavras-chave: Educação do Corpo. Currículo Cultural. Normatização. Educação Física.