Obesidade e sedentarismo no ensino médio: uma proposta de intervenção nas aulas de Educação Física

Nesta pesquisa assumiram-se como objetivos sistematizar e desenvolver uma proposta de intervenção que auxiliasse os(as) estudantes do ensino médio a refletirem criticamente sobre os temas da obesidade e do sedentarismo. Os(as) participantes da pesquisa interventiva, estudantes de uma turma do 2º ano do ensino médio, frequentavam uma escola da rede pública estadual, de um município de médio porte, do interior do estado de São Paulo. A perspectiva teórica da abordagem crítico-superadora em Educação Física subsidiou a práxis pedagógica. Como procedimentos metodológicos, num primeiro momento, foram apresentados dados científicos de pesquisas que os(as) levaram a refletirem sobre a construção da desigualdade social no contexto brasileiro e os impactos no processo de apropriação dos alimentos e do exercício físico por parte da classe trabalhadora. Posteriormente, os conceitos de obesidade e sedentarismo foram apresentados na perspectiva teórica assumida. Após, aplicou-se o questionário do Bem Estar, além de realizar a aferição dos dados do Índice de Massa Corporal (IMC) dos(as) estudantes, na expectativa de problematizá-los. Os resultados apontaram,os(as) estudantes optam por alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes, alimentos prejudiciais à saúde. Poucos(as) são os(as) que realizam ao menos cinco refeições diárias. Uma pequena parcela, frequentemente,realiza atividades físicas. Tais dados, assim como os conceitos de obesidade e sedentarismo, foram contextualizados, a partir de uma leitura crítica dos determinantes históricos, sociais e culturais que exercem influências nesse processo. Sobretudo, porque os argumentos dos(as) estudantes, ao estarem pautados no senso comum, coadunam com a lógica de culpabilização e responsabilização exclusiva, pela condição de saúde que se encontram, bem como de seus familiares. Palavras-chave: Educação Física escolar. Obesidade. Sedentarismo.