Formação Docente e as Mudanças na Sala de Aula: Um Diálogo Complexo

O presente trabalho é resultado de reflexões, estudos e debates realizados em 2003, no Curso de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP, na Linha Pesquisa de Formação de Professores. Por meio dele, buscamos a compreensão e elaboração de pesquisas que, considerando as especificidades brasileiras e seus aportes na sala de aula, contribuíssem para o avanço do conhecimento ao que se refere à formação do professor em contextos de profundas mudanças. A proposta de trabalho teve como base a pesquisa e definição - na literatura vigente - dos termos mais importantes relacionados com a temática, o quais poderiam contribuir para o aprofundamento do objeto de estudo das pesquisas de cada um dos envolvidos. Como recurso metodológico, utilizamos leituras de diversos autores, previamente selecionados, assim como a realização de atividades em grupo para discussões, análises e sínteses. Essas sínteses foram socializadas num seminário final da disciplina, que oportunizou uma visão total das produções dos grupos. Partimos do pressuposto de que nenhum trabalho em educação pode ser considerado um produto acabado, mas um produto em processo de construção, o que permite que se amplie o olhar sobre ele. Nosso objetivo era entender o presente momento, o processo de formação, suas possibilidades, limites e reflexos na sala de aula. Concluímos que, apesar de muitos estudos já terem sido realizados, há muito que se discutir sobre a questão da formação docente e, concomitantemente, sobre seus reflexos em sala de aula, independente dos níveis e modalidades de ensino. Acreditamos que formação, de maneira genérica, inicia bem antes da entrada na universidade que é preciso ser desenvolvida de forma competente e compromissada. Portanto, faz-se necessário a construção de profissionais dispostos e abertos às mudanças eminentes. Nesse sentido, acreditamos na importância do processo de formação, como um momento ímpar e contínuo, no qual os sujeitos incorporam a necessidade de uma profissionalização competente. Entendemos, sobretudo, que a profissão docente requer políticas públicas governamentais consistentes, o reconhecimento da sociedade como uma organização social, histórica, política e cultural, e posicionamento do professor mediante uma participação efetiva como sujeito construtor do seu próprio conhecimento.