
De Ignoramus aos "Mapas Vazios": como o Sapiens de Harari pode ser relacionado à cartografia celeste Quinhentista
Author(s) -
Gil Alves Silva,
Carlos Benevenuto Guisard Koehler
Publication year - 2021
Publication title -
revista scientiarum história
Language(s) - Portuguese
Resource type - Journals
ISSN - 2675-6404
DOI - 10.51919/revista_sh.v1i0.277
Subject(s) - humanities , philosophy , art
Em sua obra Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, o historiador israelense Yuval Harari divide o progresso da humanidade em três grandes revoluções: a cognitiva, a agrícola e a científica. Em relação à última, ele lista alguns fatores que, juntos, foram determinantes para que a ciência moderna tenha se tornado o método mais adotado para descrever e explicar o mundo em que vivemos. Todavia, embora os humanos modernos tenham desenvolvido uma crença fervorosa em suas novas capacidades, Harari salienta que o pontapé inicial da Revolução Científica foi bem mais simples: os humanos se conscientizaram de sua ignorância, de que quase sempre não tinham respostas para as perguntas mais importantes. Harari cita como exemplo diversos mapas-múndi com espaços vazios que surgiram ao longo dos séculos XV e XVI ─ uma declaração embaraçosa onde os europeus admitiam sua ignorância em relação a grandes partes do mundo. Neste trabalho resumimos o discurso de Harari ─ da descoberta da ignorância até os "mapas vazios", além de incrementar um novo exemplo: mapas celestes quinhentistas.